Ser ou não ser?
Só depende de você e nada mais..
Mesmo quem começa sem um planejamento sólido, em algum momento tem que se profissionalizar. O empresário Símon Szacher, de 30 anos, tinha apenas 13 quando montou o embrião do que hoje é o estúdio de design Zupi. Ele e o irmão Allan, então com 15 anos, faziam trabalhos como cartões de visita e logotipos para parentes e amigos. “Era uma brincadeira, mas o negócio começou a crescer com a propaganda boca-a-boca e, de repente, tínhamos encomendas de gente que nem conhecíamos”, conta Símon.
Lidar com projetos, prazos e pagamentos acabou ficando muito sério para os adolescentes, que decidiram interromper os trabalhos e continuar os estudos. Mas as bases já estavam fundadas. Faltava quem tivesse conhecimento gerencial e estruturasse um bom plano de negócio para a dupla. Na hora de escolher a faculdade, Símon não teve dúvida: administração de empresas. O irmão optou por publicidade e design. “Eu cuido de tudo que não é criação”, explica.
Concluídos os estudos, os irmãos retomaram o projeto em cima de bases sólidas. E o que era um estúdio ficou bem maior. Hoje, a dupla tem uma editora de livros e revistas e organiza dois grandes eventos de artes gráficas, que atraem mais de 10 mil pessoas todos os anos a São Paulo.
O fato de o negócio ter crescido organicamente desde o início é apontado pelos irmãos como uma das principais razões do sucesso. Para eles, a fórmula da prosperidade é bem simples: “Desde o recomeço da nossa empresa, fizemos pesquisas profundas sobre o mercado e a concorrência, definimos nosso objetivos de médio e longo prazos, fizemos contatos e cuidamos para que a relação entre os sócios fosse equilibrada”, revela o administrador. “Hoje, negamos trabalhos que não se encaixem no perfil da nossa empresa”, conta Símon.
Segundo especialistas, definir bem atuação de cada um dos sócios dentro da empresa foi o pulo do gato dos irmãos. “Sócios de empresas que quebram não se aproximam por interesses econômicos puros. Geralmente, são pessoas ligadas por laços familiares ou de amizade. E, como as relações são informais, isso dificulta o relacionamento societário e, muitas vezes, deteriora a parceria por desconfiança mútua e falta de instrumentos de administração e controle”, afirma o advogado tributarista Marcelo Degaspari, especialistas em direito societário.
Um conselho para quem vai começar um empreendimento é: “Não espere resultados imediatos. Os primeiros meses são difíceis e repletos de muito suor, horas extras, contatos, enfim, muito, mas muito trabalho”, explica o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella. O capital investido demora, em média, de 18 meses a quatro anos para retornar ao bolso do empresário.